sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

BARREIRAS

 

COMO SOMOS MALDOSOS

Se vemos um homem e uma mulher que, ao se cumprimentarem, se abraçam, já os imaginamos interessados um no outro ou em conveniências fortuitas. Se eles são casados com outros parceiros, já pensamos, “Epa, algo está errado... suspeito...”

Se um homem trata bem uma colega de trabalho, de escola ou até mesmo a vizinha, “É! Aí tem coisa!” E se é a mulher que se comporta assim, é a mesma indignação.

Se o(a) aluno(a) é amável com o(a) professor(a), está interessado em nota ou no(a) mestre(a)?

Se uma mulher casada está sempre bem arrumada (vestida), “Ah! O marido está levando chifre!”

Se o homem é vaidoso e se veste bem, “Ah! Isso é coisa de... mulher!”

Se vemos um homem de mais idade com uma moça, ou uma mulher mais velha com um jovem, “Não é amor. Só pode ser interesse!”

Se alguém se achega a nós de forma gentil, “O que será que ele(a) quer?”

Se uma pessoa está sempre de bom humor ou de alto astral, dizemos que a mesma não vive na real. A realidade é muito dura para se portar assim.

Se uma outra pessoa está de mau humor ou de baixo astral, dizemos que ela é mal amada, além de ser desagradável. Não procuramos ajudá-la, preferimos nos esquivar.

Estamos sempre prontos a procurar ajuda de outras pessoas, mas se alguém nos procura, achamos que esse é um chato, um inoportuno que sempre vem na hora errada.

Queremos disponibilidade dos outros para conosco, mas nunca a temos, estamos sempre ocupados ou sem tempo para servi-los.

Solicitamos amor, atenção, carinho e compreensão, porém raramente atendemos às mesmas solicitações feitas a nós.

Queremos as “coisas” para ontem, mas as realizamos para o mês que vem ou mais.

Criticamos a imaturidade, a falta de compromisso de outrem, mas nem sempre estamos amadurecidos para os compromissos assumidos.

Vemos muitos defeitos alheios e em momento algum apontamos os nossos, porque sempre os justificamos com as célebres “errar é humano” ou “ninguém é perfeito”.

Justificamos nossas deficiências ou erros como sendo culpa dos outros, jamais nossas.

Encontramos justificativas plausíveis para nossas falhas e apontamos veementemente as alheias.

Exigimos respeito, o que nem sempre temos pelo próximo.

Somos egoístas e temos olhos apenas para as coisas boas que imaginamos ter. Esquecemo-nos de que o ser humano deve procurar sempre SER – crescer.

Queremos paciência dos outros com a nossa impaciência.

Analisamos constantemente os outros e isto impede de voltar os olhos para dentro de nós mesmos – não dá tempo!

Reclamamos diuturnamente da falta de tempo porque o perdemos ou o matamos da mesma forma: diuturnamente.

Queremos mudanças das pessoas com as quais nos relacionamos e dizemos sempre, “Eu sou assim, nasci assim e vou morrer desta forma (síndrome de Gabriela).”

Sufocamo-nos e culpamos os outros pelo nosso desespero.

Somos jóias raras e os outros, bijuterias.

Somos perfeitos e os outros, inacabados!

É preciso acordar,

agir,

mudar-se,

modificar-se,

transformar-se!

Infelizmente, pouca gente “sabida” sabe que enxergamos nos outros aquilo que somos, porque o OUTRO é o nosso espelho.

Um comentário:

  1. Faz todo o sentido. Essa tendência em julgar um fato ou alguém sempre de forma negativa, pessimista, racista, intolerante, sem dúvida, tem muito a ver com questões pessoais mal resolvidas.

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